Na quinta-feira, 19 de maio, a cidade de Itanhaém perdeu um de seus mais antigos moradores – Manoel Martins, 83 anos, mais conhecido como “Neco da vidraçaria”. Comerciante há mais de 60 anos no ramo de vidros, Neco era bastante popular na Cidade, dedicando-se a vida inteira ao comércio, à família e à política.
Fundador e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Itanhaém, desde o início da década de 60, Neco sempre lutou pelos ideais de justiça, liberdade e uma vida com mais oportunidades para todos.
Eleito vereador em 1964 - uma época em que não se recebia salário, mas ao assumir o cargo, Neco teve o seu mandato cassado pelo Golpe Militar de 64. Nessa época, ele foi preso e perseguido durante a ditadura militar. Ele também lutou pela Lei da Anistia aos perseguidos políticos, em 1979, e pela campanha das Diretas Já – movimento de reivindicação por eleições presidenciais diretas no Brasil, entre 1983 e 1984.
Apoiou e participou de várias manifestações populares em defesa dos trabalhadores de Itanhaém e nunca desanimou. Neco acreditava que, um dia, todos teriam direito a uma vida melhor e mais justa.
No mês de setembro de 2010, ele recebeu uma homenagem do Partido Popular Socialista (PPS). O presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire, entregou ao Neco uma placa de agradecimento por sua contribuição ao partido, nos últimos 50 anos de militância.
O Instituto Ernesto Zwarg (IEZ) lamenta a perda e presta esta homenagem a Neco - um idealista que, ao lado de Ernesto Zwarg e José Rosendo, deixa boas lembranças ao povo de Itanhaém.
Veja também o trecho do livro “Aquele menino”, do poeta Paulo Bomfim, que foi publicado na Tribuna do Direito, onde ele fala de suas lembranças da Itanhaém antiga e da amizade com Zwarg, Zé Rosendo e Bechelli, entre outros. O texto foi publicado porque o poeta, além de ocupar cadeira na Academia Paulista de Letras, é mestre de cerimônias no Tribunal de Justiça.
Em 2008, Paulo Bomfim recebeu o título de Cidadão Itanhaense, em cerimônia no Fórum de Itanhaém e, na ocasião, fez questão das presenças dos dois amigos: Ernesto Zwarg e Zé Rosendo (foto), que pouco tempo depois faleceram.
Nayara Martins
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