“Natureza de Peruíbe escapa de usina nuclear”. Este foi o título da matéria que saiu publicada no jornal A Tribuna, no domingo, dia 20 de março, pág. A-10, destacando a luta do ecologista e pacifista Ernesto Zwarg no movimento contra a construção de duas usinas nucleares na região da Jureia, em Peruíbe, no início da década de 80.
As usinas nucleares seriam construídas pelo Governo Federal, no início dos anos 80, nas proximidades da Ponta do Paranapuã-Guaçu, uma das últimas reservas quase virgens do Litoral Paulista.
Na época, segundo a matéria, Zwarg foi considerado louco e visionário, mas na verdade, o que ele temia era que eventuais vazamentos radioativos viessem a afetar a vida de milhares moradores do Litoral Sul e destruíssem a Estação Ecológica da Jureia.
A matéria lembrou ainda os protestos de moradores e ambientalistas da região. Além de um pronunciamento de Zwarg, que na época era vereador em Itanhaém e presidente da Sociedade de Ecologia, Paisagismo e Humanismo de Itanhaém, feito na Câmara de Cubatão, em junho de 1980: “Meu coração sangra, choro por essa vida animal que em breve será dizimada, se nós não protestarmos contra essa arbitrariedade”.
De acordo com a matéria foi graças à luta incessante de Zwarg e de seus amigos e simpatizantes ecológicos que o governo acabou por suspender por três anos, em 1983, a construção das usinas na Jureia, por dificuldades financeiras.
O jornal A Tribuna do Ribeira publicou, em 8 de janeiro de 1983, a seguinte manchete: “A Jureia está salva”.
Também saiu publicado um relato do filho Marcio Zwarg (1º secretário do IEZ) sobre toda a trajetória e luta de Zwarg, que começou no final dos anos 60, em defesa do meio ambiente. Ele destacou a participação do pai em vários movimentos de protestos contra a instalação de usinas nucleares na região.